
Uma barganha supersônica? Dois caças pelo preço de um foi a oferta feita pelo governo sueco, que disputa com Estados Unidos e França um negócio bilionário: vender aviões de combate ao Brasil. O governo brasileiro já havia declarado sua preferência pelo modelo francês: o caça Rafale.
Brincando, o presidente Lula já tinha antecipado essa fase do         "quem dá mais, quem oferece mais". Ele disse que as         empresas poderiam até oferecer os aviões de graça para o Brasil.         O governo sueco não chegou a tanto, mas, além da transferência         de tecnologia e do mega, super, hiper desconto, oferece o         mercado da América do Sul para o Brasil exportar a produção.
     
       Por questões de segurança o Brasil não revela         quantos caças tem hoje. Mas são modelos antigos que fazem         vigilância, ataque, se necessário, interceptação de aviões         suspeitos. A licitação aberta é para a compra de caças         supermodernos.
     
       Para o professor de relações internacionais da         Universidade de Brasíaia (UnB) Alcides Vaz, a compra é         necessária, mesmo que não haja um inimigo à vista. “Você não         espera que um ladrão chegue à sua casa para se dar conta da         necessidade de protegê-la. Você pensa em protegê-la antes. Essa         é a lógica dessas aquisições”, defende.
     
       E quem dá mais? Os suecos querem vender o modelo         Gripen. O vice-ministro da Defesa sueco fez questão de vir         pessoalmente ao Brasil. A oferta, além da fabricação e da         parceria com o Brasil, é de dois aviões pelo preço de um,         fabricados em parceria com o Brasil.
     
       “O caça não tem que fazer tanta manutenção, não         precisa tanta estrutura. É, por isso, que nós temos um preço         imbatível tanto na hora da compra como na hora da manutenção         durante os próximos 40 anos”, afirma o diretor da SAAB, Bengt         Janér.
     
       A encarregada de negócios da Embaixada dos Estados         Unidos também correu ao ministério. Falou com o comandante da         Aeronáutica. O caça americano na disputa é o F-18. O fabricante         promete transferir a tecnologia do avião, mas depende de         aprovação do Congresso Americano.
     
       Já a França oferece o Rafale e todos os segredos         para fabricação do caça.
     
       Há dez anos a Aeronáutica pediu a compra dos         caças, mas só agora o governo autorizou. Esse será o maior         negócio militar já fechado pelo Brasil. Segunda-feira termina o         prazo para as empresas entregarem as propostas de venda dos 36         aviões.
     
       Os três modelos atendem, tecnicamente, às         necessidades do Brasil. A informação é da Aeronáutica. Segundo o         ministro Nelson Jobim, essa disputa toda beneficia o Brasil.
