Virgínia Silveira - Valor
A    companhia sueca Saab, que faturou US$ 3,6 bilhões em 2009, vai criar um    centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia no Brasil, que    irá trabalhar em projetos para o mercado mundial, nos segmentos de    segurança civil e militar, radares, sensores, Aeronáutica,    desenvolvimento sustentável e tecnologia ambiental.
O  centro, de acordo com Hakan   Buskhe, que acaba de assumir o cargo de  presidente e principal executivo   da Saab, será a porta de entrada para  a expansão dos negócios no   Brasil, um mercado que a companhia sueca  considera estratégico e   promissor, especialmente nos setores de  Aeronáutica e defesa. A   localização do centro ainda não foi definida,  mas provavelmente ficará   no Estado de São Paulo, em função das  parcerias que já vem desenvolvendo   com várias brasileiras do setor  aeroespacial.
O  programa de seleção da nova   aeronave de combate brasileira, o F-X2,  segundo o presidente da Saab,   ainda continua sendo a prioridade número  um da companhia no Brasil, onde   tem planos de investir na fabricação  de aeroestruturas em parceria com   indústrias nacionais, caso o caça  Gripen, que está oferecendo para a   Força Aérea Brasileira (FAB) seja o  escolhido nesse processo de seleção.
Buskhe  esteve ontem em São José   dos Campos, a convite da direção da Embraer,  para conhecer as   instalações da empresa, com quem vislumbra ampliar a  parceria na área de   desenvolvimento de caças de quinta geração. Hoje o  executivo tem um   encontro com o prefeito de São Bernardo do Campo,  Luiz Marinho e à tarde   com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, em  Brasília.
Apesar  do já anunciado favoritismo   do caça francês Rafale na concorrência  F-X2, o presidente da Saab disse   que ainda acredita na vitória do  Gripen, baseado no respaldo que a   oferta sueca tem tido junto à  indústria nacional, ao governo e também à   FAB. "Esperamos ganhar essa  concorrência porque acreditamos que   apresentamos a melhor oferta de  parceria com a indústria brasileira e de   transferência de tecnologia,  mas existem outras oportunidades além dos   caças que também temos muito  interesse em explorar no Brasil", afirmou.
Segundo  o executivo, a Copa do Mundo de   2014 e os Jogos Olímpicos de 2016  representam grandes possibilidades de   negócios para a Saab no segmento  de radares e sensores para segurança.   "A Saab tem muito conhecimento  na área de integração de sistemas   sofisticados, que utilizam  tecnologia de fusão de dados. Esse é um   exemplo de transbordamento de  tecnologia desenvolvida na área de caças   supersônicos, que foi  aplicada em produtos para o mercado civil."
Com  um total de 13 mil funcionários no   mundo, sendo sete mil engenheiros, e  vendas para mais de 90 países, o   centro de P&D que a Saab  pretende instalar no Brasil, de acordo com   Buskhe, será o primeiro da  companhia na América do Sul. "Além da Suécia,   também mantemos centros  de excelência desse nível na África do Sul,   Austrália, Países Nórdicos  e Inglaterra". A Saab investe 20% do seu   faturamento em P&D.
No  Brasil, a principal parceria é   com a Akaer, de São José dos Campos,  contratada pela Saab para fazer o   projeto e a produção da fuselagem  central, fuselagem traseira e asas do   caça sueco Gripen NG,  independentemente do resultado da concorrência dos   caças F-X2. "No  próximo mês estaremos apresentando o primeiro desenho   da fuselagem do  Gripen feito por uma empresa brasileira", disse o   diretor-executivo da  Akaer, Cesar Augusto da Silva.
A  Akaer e a Inbra Aerospace, segundo   Silva, negociam a instalação de uma  fábrica de aeroestruturas em São   Bernardo do Campo, com um  investimento estimado em US$ 150 milhões. A   Inbra também foi  contratada pela Saab no programa de desenvolvimento do   Gripen, para a  fabricação das asas e da tampa do trem de pouso em   material composto.
"A  nova fábrica está sendo   motivada não só pelo projeto do Gripen NG, mas  também por outros   programas de desenvolvimento como o KC-390, da  Embraer, e o projeto dos   helicópteros EC-725, que serão fornecidos  para as Forças Armadas   Brasileiras pelo grupo Helibrás/Eurocopter,  além de outras oportunidades   que estão surgindo no mercado  internacional de aeroesetruturas", disse   Silva.
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