Empresa venderá oito modelos Super Tucano para a Força Aérea do país; contrato é estimado em US$ 100 milhões
Roberto Godoy - O Estado de SP
A    Embraer venceu a concorrência internacional aberta pela força aérea  da   Indonésia para fornecimento de oito aviões de ataque leve e  treinamento   avançado. O modelo escolhido é o turboélice Emb-314 Super  Tucano. O   valor do contrato, estimado em cerca de US$ 100 milhões,  envolve os   recursos de apoio de solo, amplo pacote logístico,  documentação técnica e   treinamento. O anúncio foi feito ontem pelo  vice-presidente para o   mercado de Defesa, Orlando Ferreira Neto.
Os  aviões brasileiros vão substituir os   velhos OV-10 Bronco, americanos.  O Super Tucano era o favorito desde o   início do processo, que  envolveu outros dois modelos: a nova versão   OV-10X, da Boeing,  apresentada apenas em papel, e o Pilatus, suíço, que,   por orientação  do governo, não pode ser vendido na configuração armada   para o uso de  nações emergentes.
O  ministro da Defesa indonésio, Purnomo   Yusgiantoro, disse, ao  apresentar o programa de reequipamento das forças   armadas, que a  aviação militar quer o Super Tucano para missões de   patrulha armada e  ataque leve na região das províncias do oeste, Papua   principalmente.  Ali, grupos tribais rebeldes estão recebendo   equipamentos e instrução  de guerrilha, provavelmente de ex-militantes   radicais do movimento  Fretilin, desarticulado depois da independência do   Timor, em 2002.
As  aeronaves da Embraer entrarão no   lugar do OV-10, bimotor dos anos 60  usado em várias partes do mundo. A   Indonésia recebeu 12 deles no  início dos anos 70 - desse lote, apenas   dois estão em condições de  uso.
O  Emb-314 é empregado pelas forças   de outros cinco países - Brasil,  Colômbia, Chile, República Dominicana e   Equador. Um dos 170 aviões já  vendidos é operado pela empresa   Blackwater, prestadora de serviços  militares terceirizados. A frota   combinada soma 100 mil horas de voo.
De  briga
O avião foi projetado para   tarefas pesadas, desenvolvido para  atacar em meio à selva, cumprir   patrulha de até sete horas de duração e  treinamento de pilotos de   combate. É um projeto engenhoso: incorpora  tecnologia digital, por meio   de um painel eletrônico de telas  múltiplas, tudo igual ao de um caça   pesado, porém, a baixo preço,  cerca de US$ 9 milhões cada, pronto para   entrar em ação. O Emb-314  leva até 1,5 tonelada de bombas, mísseis   e foguetes, mais duas  metralhadoras de 12,7mm ou .50. Voa a 560   km/hora. A Força Aérea  Brasileira dispõe de 99 unidades.
O  batismo de fogo do Super Tucano   foi em abril de 2008: um esquadrão da  Força Aérea da Colômbia atacou com   bombas inteligentes um acampamento  de guerrilheiros das FARC que havia   sido montado em território do  Equador.
