Israel atingiu na noite de quinta-feira vários alvos nos subúrbios do sul de Beirute, no Líbano. Houve pelo menos dez bombardeamentos que tiveram início cerca de 90 minutos depois de o exército israelita ter emitido alertas de evacuação para quatro locais naquela área.
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Não há relatos de feridos ou vítimas mortais desta ofensiva, lançada na véspera do Eid Al Adha, uma das celebrações mais importantes do Islã.
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Destruição causada por ataques aéreos de Israel no sul de Beirute no Líbano © AP Photo/Hassan Ammar |
As forças israelitas afirmaram ter identificado uma unidade do Hezbollah que produz “milhares” de drones clandestinamente, financiada por “terroristas iranianos”, acrescentando que o objetivo é impedir o Hezbollah de se reorganizar.
Foi a primeira vez, em mais de um mês, que Israel atacou os arredores da capital libanesa e a quarta desde que assinou um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, mediado pelos Estados Unidos, em novembro.
Israel e o Hezbollah acusam-se mutuamente de não cumprirem os termos da trégua.
O ministro israelita da Defesa avisou esta sexta-feira que o exército continuará a atacar Beirute se o Líbano não fizer esforços para desarmar o Hezbollah.
"Não haverá calma em Beirute, nem ordem ou estabilidade no Líbano, sem segurança para o Estado de Israel. Os acordos devem ser respeitados e, se não fizerem o que for necessário, continuaremos a agir, e com grande força”, disse Israel Katz, em comunicado
Líbano condena ataque
As principais autoridades do Líbano condenaram, de forma veemente, os bombardeamentos levados a cabo por Israel.O presidente do país, Joseph Aoun, descreveu os ataques como uma “violação flagrante de um acordo internacional” e lembrou que aconteceram “na véspera de um festival religioso sagrado”.
“Considero que constituem um ataque sistemático e deliberado à nossa pátria, à sua segurança, estabilidade e economia, especialmente na véspera das férias e da época turística”, afirmou o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, numa publicação na rede social X.
As críticas vieram também do exército do Líbano, que sublinhou que pressão de Israel torna mais difícil a tarefa de monitorização do cessar-fogo.
Os militares libaneses avisam mesmo que podem vir a suspender a cooperação com o comité de acompanhamento da trégua.