Submarino nuclear é projeto mais difícil da história militar, diz almirante (VIDEO)

Alexandre Rabello de Faria, diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, afirma que programa é uma "conquista científica nacional"


CNN

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro representa um marco histórico na capacidade científica e tecnológica do país, segundo o Almirante de esquadra e diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha Alexandre Rabello de Faria. A marinha considera o projeto, que tem previsão de ser completo em 2035, como um "incremento sem precedentes na Força Naval brasileira"


"É um projeto de conquista da ciência, porque ninguém nos ensinou o que estamos fazendo. É um projeto de engenheiros brasileiros", afirma o almirante.

O plano, chamado de Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), encarou uma série de desafios orçamentários e dificuldades para manter o cronograma de entregas. No começo do programa, quando o Brasil viveu um auge de crescimento econômico, chegou a ter quase R$ 4 bilhões por ano. Depois, durante a recessão de 2015/2016, houve uma queda para cerca de R$ 1,5 bilhão.

O investimento voltou a crescer, mas ainda é considerado insuficiente para garantir as entregas. Caso o fluxo de investimentos anuais seja mantido no patamar atual, de cerca de R$ 2,1 bilhões, o plano provavelmente passaria para o fim da próxima década, mais perto de 2040.

Reator de potência

O almirante também destaca o avanço da construção do primeiro Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene), também projetado e construído nacionalmente. "Ele se aproxima muito de um conceito discutido mundialmente, que são os pequenos reatores modulares para a produção de energia", aponta Rabello.

O almirante de esquadra explica que a construção desse equipamento se alinha com uma tendência e oferece uma alternativa mais econômica às grandes usinas nucleares convencionais. "Com isso, temos uma usina operando por muito mais tempo", explica.

Segundo o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, o projeto "potencializa um futuro de segurança energética", já que o Brasil é um dos maiores reservas de urânio do mundo. O minério é um dos combustíveis ao Labgene.

De acordo com a WNA (World Nuclear Association), o Brasil tem 5% de todas as reservas de urânio no planeta, com mais de 167 mil toneladas distribuídas por estados brasileiros.

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