Análise é feita com cautela e não há operação especial prevista no momento
Por Geralda Doca | O Globo — Brasília
As Forças Armadas estão monitorando a situação da Venezuela diante do crescente posicionamento de tropas americanas perto do governado por Nicolás Maduro. O acompanhamento é feito com cautela e não há operação especial com os militares na fronteira venezuelana com o Brasil.
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| Helicópteros de elite dos EUA sobrevoam o Caribe a menos de 150 km da Venezuela — Foto: Reprodução / Redes sociais |
— As Forças estão acompanhando a conjuntura em relação à Venezuela. Mas não há nenhuma alteração na rotina e no preparo operacional da Força. A Marinha do Brasil cumpre intenso programa com permanente eficiência operacional nas diferentes modalidades de emprego do poder naval — disse ao GLOBO o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen.
Segurança Nacional?
Envio de supostos narcotraficantes a Colômbia e Equador enfraquece narrativa dos EUA sobre ações militares no Caribe.Militares da cúpula do Exército e da Aeronáutica vão na mesma linha, dentro do princípio de que as Forças precisam estar preparadas, com homens treinados, para não serem surpreendidas.
Um exemplo recente é a Operação Atlas, exercício conjunto, coordenado pelo Ministério da Defesa, que reúne a Marinha, Exército e Aeronáutica em um esforço integrado para aprimorar a atuação das Forças Armadas na Amazônia.
A concentração de forças militares americanas no Caribe é a maior desde a invasão do Panamá, em 1989.
Forças americanas já afundaram sete embarcações, matando 32 pessoas, apontadas pelos EUA como parte de grupos narcotraficantes, que recentemente foram equiparados juridicamente pelo governo de Donald Trump a organizações terroristas. Na semana passada, o presidente americano confirmou ter autorizado ações da CIA contra o regime de Maduro na Venezuela.
O deslocamento de tropas americanas para a região do Caribe foi inicialmente apresentado pela Casa Branca como uma medida para combater cartéis internacionais, que usam rotas navais para acessar o mercado americano. Na realidade sul-americana, os dois principais alvos apontados por Washington em um primeiro momento foram o Cartel de los Soles, que dizem ser liderado por Maduro, e o Tren de Aragua, gangue venezuelana equiparada a uma organização terrorista ainda nos primeiros meses de governo Trump.
Além da tensão com a Venezuela, O ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, acusou Trump de ameaçar Bogotá com uma invasão militar, após o republicano classificar o chefe de Estado colombiano, Gustavo Petro, como "líder do tráfico de drogas" e anunciar o corte de toda a ajuda financeira ao país sul-americano, o principal aliado histórico de Washington na região.
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