Navios da Marinha retornam ao Brasil após seis meses de Operação Antártica (VIDEO)

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O Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano” operavam no continente gelado desde outubro de 2023


Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Thaís Cerqueira | Agência Marinha de Notícias

Rio de Janeiro, RJ - Na manhã desta terça-feira (9), o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e o Navio Polar “Almirante Maximiano” chegaram ao Brasil, após seis meses navegando nos mares que banham o continente austral, durante a 42ª Operação Antártica (OPERANTAR), uma das mais complexas e extensas operações realizadas, anualmente, pela Marinha do Brasil (MB). Os navios atracaram na Base Naval do Rio de Janeiro, em Niterói, que recebeu os amigos e familiares dos tripulantes para o esperado reencontro.


A OPERANTAR atua no suporte logístico a projetos de pesquisa e no lançamento e recolhimento de acampamentos científicos. Além disso, a operação contribuiu para o levantamento hidrográfico do “Plano de Trabalho de Hidrografia 2020-2023”, liderado pela Diretoria de Hidrografia e Navegação da MB.

Um dos momentos de destaque da expedição foi quando o Navio Polar “Almirante Maximiano” cruzou, pela primeira vez, o Círculo Polar Antártico, feito digno de registro, visto que a maioria das expedições não atinge a latitude 66°33’ Sul, devido às condições adversas da região. Esse marco reforça o compromisso da MB em garantir ao País a condição de Membro Consultivo do Tratado da Antártica - assegurando a plena participação do Brasil nos processos decisórios relativos ao futuro do Continente Branco - e na promoção de pesquisas diversificadas, de alta qualidade, com referência a temas antárticos relevantes.

Nesta operação, foram apoiados 23 projetos científicos no âmbito do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) com 137 pesquisadores contemplados, entre estudiosos de Biologia, Oceanografia, Medicina e outros campos.

Segundo o Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, a operação também reforça a política externa brasileira. “O regresso dos navios significa o cumprimento de uma missão muito importante para o País. Nossa atuação contribui para a política externa brasileira ao apoiar os programas antárticos de países como a Bulgária, Chile, República Tcheca, Peru e Polônia”, lembra.

Desde outubro de 2023, os dois navios realizaram apoio à pesquisa e abasteceram a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), que completou, em fevereiro de 2024, 40 anos de existência. Localizada na Ilha Rei George, com temperaturas extremamente baixas e condições climáticas únicas, a região oferece um ambiente ideal para estudos científicos de diversas áreas do conhecimento.

Para o Comandante do Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, Capitão de Mar e Guerra Marco Aurélio Barros de Almeida, o sentimento é de dever cumprido. “Além de apoiar o PROANTAR, meu outro grande objetivo era levar e trazer a minha tripulação em segurança, e conseguimos com êxito, cumprindo assim, todas as nossas tarefas na Antártica”, ressalta.

Operações Antárticas


A OPERANTAR, que integra o Programa Antártico Brasileiro, é dividida em atividades logísticas e de pesquisa. A organização de materiais, equipamentos e gêneros - necessários ao funcionamento da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e para o desenvolvimento dos projetos científicos - envolve diretamente os meios da MB e da Força Aérea Brasileira.

A parte de pesquisa é realizada durante o período de verão da OPERANTAR, entre os meses de outubro a março. Os estudos são desenvolvidos a bordo dos navios da MB, na EACF, no módulo Criosfera 1, em acampamentos isolados e em estações estrangeiras, por meio de acordos de cooperação entre os países.

Participam da OPERANTAR os projetos de pesquisas aprovados e divulgados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Cada grupo de estudo apresenta a proposta de trabalho e as necessidades de apoio para a Operação, por meio de formulários científico, logístico e ambiental, que serão avaliados. Com base nas informações adquiridas, os projetos são distribuídos nas fases de pesquisa, fazendo uso dos meios disponíveis para acessar os locais autorizados, onde ocorre a coleta de amostras e a realização de estudos e experimentos científicos. 

Para saber mais sobre o trabalho da Marinha no gelo, clique aqui.


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