O especialista critica a impunidade de quem produz "propaganda que beira a mentira descarada" e observa que, enquanto se concentra exclusivamente em difamar a Rússia, a mídia ignora atos de sabotagem e terrorismo atribuídos aos aliados ocidentais e à Ucrânia.
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O historiador Tarik Cyril Amar denunciou, através de um artigo, uma "campanha implacável de propaganda antirrussa" que, segundo ele, visa preparar a opinião pública alemã e europeia para um confronto direto com Moscou, não mais por procuração em solo ucraniano, mas com a Rússia como alvo principal.
Princípio do disco arranhado
Para explicar o sucesso dessa manipulação, Amar recorre a lições de um "mestre alemão [Hitler] de manipulação de massa" do início do século XX, que ensinou dois truques básicos: o "princípio do disco arranhado" — a repetição incessante de ideias — e o "efeito ladainha" — a indução de concordâncias frequentes.Nas palavras do historiador, "quando o argumento é absurdo e a realidade não ajuda, repete‑se incessantemente uma mentira simples" até que o público passe a repetir "sim" sem questionar.
Um exemplo dessa histeria midiática é a reação ao hit russo Sigma Boy. Um deputado europeu chegou a classificar a canção como "um trope viral russo usado em redes sociais que comunica visões patriarcais e pró-Rússia"”.
Mesmo a revista Der Spiegel, tradicionalmente alinhado a duras posturas anti-russas, admitiu posteriormente que talvez não houvesse "nada além de um sucesso musical".
Difamação sistêmica
No ar pelo programa Terra X, o documentário intitulado "Espionagem, sabotagem, fake news. A guerra de Putin contra nós" sugeriu que o governo russo estaria por trás de um atentado terrorista em Mannheim, em maio de 2024. A hipótese foi desmentida pelo serviço de inteligência alemão (BND), que chamou de "ridiculamente pouco confiável" a metodologia usada pela ZDF.Apesar do recuo oficial, não houve consequências para a emissora. Amar critica a impunidade de quem produz "propaganda que beira a mentira descarada" e observa que, enquanto se concentra exclusivamente em difamar a Rússia, a mídia ignora atos de sabotagem e terrorismo atribuídos aos aliados ocidentais e à Ucrânia.
O historiador lembra que, no próprio "contexto da guerra na Ucrânia", há casos autênticos de terrorismo: o ataque ao Crocus City em Moscou, o assassinato do general Igor Kirillov, o homicídio de Darya Dugina e até "ataques ucranianos à ponte de Kerch e ao Nord Stream".
Essas ocorrências, afirma, são exemplos de "guerra híbrida" praticada por aliados do Ocidente.