"Escolha uma mentira, qualquer mentira": as cinco versões de Israel do massacre de Witkoff (VIDEO)

O exército israelense ofereceu cinco histórias conflitantes para negar seu papel na morte de 31 civis famintos e no ferimento de mais de 200 outros no ponto de distribuição de ajuda EUA-Israel em Rafah. O massacre, conhecido como Massacre de Witkoff, provocou indignação global.


Quds News

Cada versão dos militares israelenses adicionou confusão, não clareza. A tentativa de evitar a responsabilização atraiu críticas de grupos de direitos humanos e observadores internacionais.


Narrativa 1: "Nada aconteceu."

Inicialmente, Israel alegou que nenhum incidente ocorreu perto do centro de ajuda. Isso foi rapidamente refutado por vídeos de testemunhas oculares e imagens mostrando corpos espalhados perto de caminhões de ajuda.

Narrativa 2: "Algo aconteceu - mas não perto do centro de ajuda."

Após pressão crescente, o exército admitiu que houve um incidente. No entanto, alegou que o evento aconteceu longe do local de ajuda e não tinha conexão com as forças israelenses. O exército então divulgou um vídeo mostrando a distribuição normal de ajuda em uma área diferente.

Narrativa 3: "Soldados atiraram apenas para o ar."

A terceira alegação foi que os soldados israelenses dispararam tiros de advertência para o ar, não contra as pessoas. Isso contradiz relatórios médicos e depoimentos de sobreviventes que confirmaram que as vítimas tinham ferimentos diretos de bala na cabeça, tórax e abdômen.

Narrativa 4: "Ninguém ficou ferido."

Em sua quarta versão, o exército insistiu que nenhuma vítima resultou do incidente. Mas o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou mais tarde que 21 cadáveres haviam chegado ao hospital de campanha em Rafah.

Narrativa 5: "Os militantes do Hamas foram os responsáveis".

Finalmente, Israel publicou um vídeo de drone alegando que os combatentes do Hamas atiraram em civis. No entanto, a filmagem foi filmada em Khan Younis - não em Rafah - e mostrou saques por gangues apoiadas por Israel. O clipe não tinha nenhuma evidência de um tiroteio.

Rami Abdu, diretor do Euro-Med Human Rights Monitor, chamou o vídeo de "um escândalo". Ele disse: "As imagens mostravam gangues roubando ajuda, não o Hamas atirando em civis. Israel está tentando esconder seu crime com mentiras."

Escritório de Mídia do Governo: "Vídeo fabricado, mentiras expostas"

Em um comunicado divulgado após o incidente, o Escritório de Mídia do Governo de Gaza disse que as imagens do drone do exército israelense eram "fabricadas, enganosas e parte de uma campanha de propaganda planejada para encobrir um crime de guerra".

O escritório disse que o vídeo foi divulgado mais de 15 horas após o massacre e foi claramente editado para se adequar à narrativa do exército. "Se seus drones estavam filmando o evento, por que a filmagem não foi divulgada imediatamente?" perguntou o comunicado.

As autoridades apontaram que o local no vídeo não era Rafah, mas o leste de Khan Younis, longe do local do massacre. A filmagem também mostrou farinha sendo distribuída, embora a chamada ajuda israelense-americana não inclua farinha. O escritório disse que essa inconsistência por si só expôs o vídeo como encenado.

A declaração rejeitou as alegações israelenses sobre homens armados do Hamas disparando contra civis. "Não houve confrontos. Civis foram baleados na cabeça e no peito enquanto procuravam comida. Drones israelenses estavam sobrevoando. Nenhum militante estava lá - apenas fome.

Acrescentou que o caos visto no vídeo foi causado por gangues conhecidas que trabalham sob proteção israelense. Essas gangues saquearam ajuda, dispararam tiros para o ar e criaram confusão - enquanto os drones de vigilância israelenses observavam silenciosamente.

O escritório concluiu afirmando que Israel vem bloqueando sistematicamente a ajuda há mais de 90 dias, bombardeando caminhões de alimentos e usando a fome como arma, acusando o Hamas de impedir a ajuda. Ele pediu à mídia internacional que não recicle a propaganda militar israelense sem verificação independente.

O incidente está sendo considerado um dos mais mortais em Rafah desde o início do genocídio. Sobreviventes, médicos e especialistas em direitos humanos dizem que as forças israelenses atacaram uma multidão de civis famintos reunidos para comer.

A campanha de desinformação de Israel atraiu comparações com suas falsas narrativas anteriores, incluindo tentativas de justificar ataques a escolas e hospitais da ONU.

Observadores alertam que espalhar vídeos falsos e mudar histórias não apagará a verdade. "O massacre em Rafah está documentado", disse Abdu. "Nenhuma quantidade de propaganda pode encobrir um crime de guerra."



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