EUA anunciam possível ação militar terrestre contra cartéis na Venezuela

O presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, afirmou nesta quinta-feira (27/11) que os EUA devem em “muito breve” iniciar operações terrestres contra presumidos traficantes de droga venezuelanos, em mais uma escalada de tensão com Caracas.


Forças de Defesa

Desde setembro, sob a campanha Operation Southern Spear, as forças norte-americanas têm realizado ataques aéreos e navais contra embarcações acusadas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico. Até o momento, foram destruídas mais de 20 embarcações e, segundo dados oficiais dos EUA, o tráfico marítimo teria caído cerca de 85%.

Fuzileiros Navais dos EUA, designados para a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais (Capacidade de Operações Especiais), realizam um exercício de contato avançado durante um treinamento de tiro real no convés de voo do navio de assalto anfíbio da classe Wasp, USS Iwo Jima (LHD 7), enquanto navega no Mar do Caribe, em 14 de outubro de 2025

No telefone de Ação de Graças às Forças Armadas, Trump disse que “talvez já tenham percebido que as pessoas não querem mais entregar drogas por mar” e reforçou que “pela terra é mais fácil” conter o narcotráfico.

Reações de Caracas e temores regionais

O anúncio provocou imediata reação do governo venezuelano — Nicolás Maduro convocou a força aérea e as milícias para estarem “alertas, prontas e dispostas” a defender o território, denunciando o que classificou como “ataque imperialista” e insistindo que a Venezuela não permitirá “invasão ou interferência externa”.

Para muitos analistas e governos na região, a escala de forças mobilizadas pelos EUA — incluindo o porta-aviões USS Gerald R. Ford e dezenas de navios de guerra — passa de uma campanha de combate ao narcotráfico a uma pressão explícita sobre o regime de Maduro.

Incertezas e riscos de escalada

Até o momento, Trump e sua administração não detalharam como seria uma eventual operação terrestre — quais áreas, duração, regras de engajamento ou suporte logístico.

Por outro lado, críticos advertem para os riscos humanitários de uma intervenção, apontando que os recentes ataques navais já resultaram em dezenas de mortos, muitos dos quais seriam pescadores ou civis, segundo relatos locais.

A escalada anunciada coloca a América Latina diante de um novo risco de conflito militar, abrindo um capítulo inédito em termos de intervenção externa com alegações de combate ao narcotráfico.
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