O Iraque se aproximou dos governos iraniano e norte-americano em uma tentativa de evitar ser pego em uma escalada regional, disseram autoridades neste sábado, enquanto Israel, aliado de Washington, e Irã trocavam golpes.
France Presse
O governo em Bagdá é um aliado próximo de Teerã, mas também um parceiro estratégico do arqui-inimigo do Irã, os Estados Unidos, que tem cerca de 2.500 soldados no Iraque como parte de uma coalizão antijihadista.
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Equipes de resgate inspecionam os restos de um prédio atingido por um míssil iraniano em Tel Aviv, Israel, em 13 de junho de 2025. Foto: Matan Golan/Oriente Médio Imagens via AFP |
Um alto funcionário de segurança iraquiano disse à AFP que Bagdá pediu a Teerã que não atacasse alvos dos EUA em seu território.
"O pedido foi feito. Eles nos prometeram coisas positivas", disse o funcionário, pedindo anonimato para discutir assuntos delicados.
Um funcionário do governo iraquiano, também pedindo anonimato, disse: "O Iraque pediu oficialmente aos Estados Unidos da América que não permitissem que aeronaves israelenses violassem o espaço aéreo iraquiano".
Bagdá apresentou na sexta-feira uma queixa às Nações Unidas sobre o uso de seu espaço aéreo por Israel para atacar o Irã.
"Os Estados Unidos ... é obrigado a assumir suas responsabilidades e evitar quaisquer violações que afetem a segurança do Iraque ou coloquem em risco sua estabilidade", disse o funcionário do governo, citando o papel de Washington como líder da coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico.
Antes da atual escalada, que começou na sexta-feira com um série de ataques israelenses a instalações militares e nucleares no Irã, Teerã ameaçou atacar bases militares que hospedam forças dos EUA na região no caso de qualquer conflito caso as negociações nucleares com Washington fracassem.
Ao longo da guerra de Gaza, que começou em outubro de 2023 e colocou Israel contra o grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã, facções armadas alinhadas a Teerã lançaram dezenas de ataques com foguetes e drones contra as forças dos EUA no Iraque e na vizinha Síria.
Antes do início da onda de ataques ao Irã, os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira que estavam redução de pessoal em sua embaixada em Bagdá, citando razões de segurança.
Vários grupos pró-Irã no Iraque pediram na sexta-feira a retirada acelerada das forças dos EUA do país, com o poderoso Kataeb Hezbollah alertando para "guerras adicionais na região".