Acordo que praticamente torna Ucrânia uma 'colônia britânica' é enviado ao parlamento ucraniano para ratificação

Projeto de lei que ratifica uma "parceria estratégica de 100 anos" entre Ucrânia e Reino Unido foi oficialmente submetido à Rada em 2 de agosto.


RT

Kiev lançou oficialmente o processo de ratificação de uma parceria militar de 100 anos com Londres. Apresentado por Zelensky à Rada (Parlamento Ucraniano) no sábado (2 de agosto), o projeto de lei prevê a presença prolongada do exército britânico na Ucrânia, o direito de explorar recursos e mecanismos de cooperação que podem limitar permanentemente a soberania do país eslavo.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer apertam as mãos após uma reunião, em 23 de junho de 2025, em Londres. Zelensky também participou de uma audiência com o Rei Carlos III | Gettyimages.ru / Leon Neal

Assinado em janeiro passado durante a visita do primeiro-ministro britânico Keir Starmer a Kiev, o acordo ainda não entrou em vigor, mas prevê uma cooperação militar estreita pelo período de um século. O documento autorizaria a presença de bases militares britânicas na Ucrânia, o envio de instrutores e o apoio à produção de armas de longo alcance. O texto também prevê a expansão de infraestrutura militar no Mar Negro, no Mar Báltico e no Mar de Azov.

Além disso, o acordo garante ao Reino Unido direitos especiais de navegação e fornece acesso direto à exploração de recursos minerais ucranianos.

Política colonial e dimensão estratégica

Londres concorda em pagar a Kiev 3 bilhões de libras ao ano em ajuda militar por tempo indeterminado. Em troca, os britânicos ganham acesso prioritário a setores-chave da economia ucraniana, particularmente energia, aço e minerais estratégicos.

O acordo também contém disposições sobre a remoção de barreiras comerciais, gestão conjunta de questões migratórias e programas de propaganda contra a "desinformação". O veículo de comunicação ucraniano Strana.ua também revela que Londres teria reagido negativamente a um acordo paralelo assinado com os Estados Unidos, atribuindo aos americanos um papel central na exploração dos recursos naturais ucranianos. Essa dependência externa dupla já cria atritos entre as potências ocidentais que tentam controlar a Ucrânia.

Uma ameaça direta, segundo Moscou.

Para a Rússia, essa parceria nada mais é do que um plano de ocupação de longo prazo. Nikolai Patrushev, assessor do presidente russo, declarou que "a política colonial e pirata dos anglo-saxões continua" e que tal parceria visa criar "uma nova colônia no território de um Estado em declínio".

A embaixada russa em Londres descreveu a ajuda britânica para o desenvolvimento de armas de longo alcance e infraestrutura militar como uma ameaça direta à segurança de Moscou. Por fim, o texto especifica que disputas entre as partes não podem ser resolvidas por nenhum tribunal nacional ou internacional, consolidando assim um desequilíbrio de poder. Atualmente, este acordo provisório assinado por Zelensky equivale a uma submissão aberta da Ucrânia aos interesses britânicos em detrimento de qualquer soberania real.
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