Embraer propõe produzir aeronaves militares nos EUA para zerar tarifas de exportação

Embora a fabricante brasileira tenha sido poupada da sobretaxa de 40%, o investimento de U$ 500 milhões visa isentar a tributação de 10% no mercado norte-americano.


RT

A fabricante brasileira de aeronaves Embraer anunciou nesta terça-feira (5) um investimento de US$ 500 milhões nos Estados Unidos ao longo dos próximos cinco anos, acompanhado da contratação de mais de 5,5 mil funcionários no país, segundo informou o diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, em declaração publicada pela Agência Brasil.

KC-390 | Foto: Embraer

A companhia conseguiu escapar da tarifa de até 50% imposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre determinados produtos brasileiros, mas ainda enfrenta uma taxação de 10% nas importações.

"O nosso foco é realmente restaurar a tarifa zero. Ficamos muito felizes de passar de 50% a 10%, o que reduziu bastante o impacto para os nossos clientes. Estamos trabalhando com eles para fazer a entrega das aeronaves. Mas, em paralelo, estamos nos esforçando com afinco para restaurar a tarifa zero", informou Francisco Neto.

O executivo também revelou que a empresa está disposta a investir mais US$ 500 milhões na produção da aeronave militar KC-390 nos Estados Unidos, caso o modelo seja incluído em futuros contratos com o governo norte-americano. A proposta prevê, ainda, a criação de 2,5 mil novos empregos no país.

A Embraer espera que esse movimento ajude a zerar completamente as tarifas de exportação, como vinha ocorrendo há mais de quatro décadas. Apesar de ter sido poupada da sobretaxa adicional de 40%, que somada à alíquota base, chegaria a 50%, a empresa afirma que a atual tributação de 10% "continua sendo uma grande preocupação".

No balanço divulgado nesta terça-feira, a empresa informou que, no último trimestre de 2025, entregou 66 aeronaves: 19 comerciais, 38 executivas e 4 militares. A meta para este ano é entregar entre 75 e 85 aeronaves comerciais, além de 145 a 155 para a aviação executiva.

Atualmente, a empresa conta com 18 mil funcionários no Brasil e descartou demissões no país neste ano, mesmo com uma eventual redução na produção.
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