Israel aprovou, nesta quarta-feira (20), um projeto-chave para a construção de 3.400 casas na Cisjordânia ocupada que, segundo seus críticos, dividiria este território palestino em dois e impediria a criação de um eventual Estado com continuidade territorial.
France Presse
"Tenho o prazer de anunciar que há apenas uma hora a administração civil aprovou o planejamento para a construção do bairro E1", anunciou em um comunicado Guy Yifrah, prefeito da colônia israelense de Ma'ale Adumim, ao leste de Jerusalém.
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Casas no assentamento israelense de Psagot, na Cisjordânia ocupada, em 29 de maio de 2025 © Zain Jaafar |
O projeto gerou uma forte oposição internacional. A ONU e a União Europeia instaram Israel a desistir de sua construção.
A Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia, condenou rapidamente a medida.
"Isso mina as possibilidades de implementar a solução de dois Estados, estabelecer um Estado palestino sobre o terreno e fragmenta sua unidade geográfica e demográfica", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina em um comunicado.
O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, de extrema direita, pediu na semana passada a aceleração de sua implementação e a anexação da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, em resposta aos anúncios de vários países sobre sua intenção de reconhecer um Estado palestino.
A ONG israelense Paz Agora, contrária à colonização, alertou contra um "plano fatal para o futuro de Israel e para qualquer possibilidade de uma solução de dois Estados" para o conflito israelense-palestino.
Fora de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, vivem na Cisjordânia cerca de três milhões de palestinos, junto a aproximadamente 500.000 israelenses estabelecidos em colônias que a ONU considera ilegais segundo o direito internacional.
A colonização da Cisjordânia, na fronteira com a Jordânia, se manteve sob todos os governos israelenses, tanto de esquerda como de direita, desde 1967.
E se intensificou sob o mandato atual, sobretudo desde o início da guerra em Gaza desencadeada em 7 de outubro de 2023, após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel.
As autoridades israelenses restringem fortemente os deslocamentos dos palestinos da Cisjordânia, que dependem de permissões para atravessar os controles e entrar em Jerusalém Oriental ou em Israel.