O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Ucrânia só usaria mísseis Tomahawk para fins militares e não atacaria civis na Rússia, caso os EUA os fornecessem.
Por Phil Stewart e Jasper Ward | Reuters
WASHINGTON - "Nunca atacamos seus civis. Essa é a grande diferença entre a Ucrânia e a Rússia", disse o líder ucraniano no programa "Sunday Briefing" da Fox News. "É por isso que, se falamos de (mísseis) de longo alcance, falamos apenas de objetivos militares."
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Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy 02/10/2025 REUTERS/Leonhard Foeger |
Os comentários de Zelenskiy, que foram gravados no sábado, foram ao ar no domingo, após sua segunda conversa em poucos dias com o presidente dos EUA, Donald Trump. O líder ucraniano disse que eles ainda estão discutindo a possibilidade de Washington fornecer a Kiev os mísseis de longo alcance.
Trump disse na semana passada que, antes de concordar em fornecer os Tomahawks, ele quer saber como a Ucrânia os usaria, pois não quer aumentar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Zelenskiy disse que ainda estava trabalhando para tentar convencer Trump a aprovar um acordo de mísseis.
"Contamos com essas decisões, mas veremos", disse Zelenskiy.
Os mísseis Tomahawk têm um alcance de 2.500 km, o suficiente para atingir as profundezas do território da Rússia, incluindo Moscou. O Kremlin alertou contra qualquer fornecimento de Tomahawks para a Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que era impossível usar Tomahawks sem a participação direta de militares dos EUA e que, portanto, qualquer fornecimento desses mísseis à Ucrânia desencadearia um "estágio qualitativamente novo de escalada".
Ainda assim, Zelenskiy, em um discurso na noite de domingo na Ucrânia, disse que via as preocupações da Rússia como motivo para avançar.
"Vemos e ouvimos que a Rússia tem medo de que os norte-americanos possam nos dar Tomahawks -- que esse tipo de pressão pode funcionar para a paz", disse Zelenskiy.
A guerra na Ucrânia é a mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, e as autoridades russas dizem que agora estão em um conflito "quente" com o Ocidente.
Putin retrata esse momento como um divisor de águas nas relações de Moscou com o Ocidente, que, segundo ele, humilhou a Rússia após a queda da União Soviética em 1991, ampliando a Otan e invadindo o que ele considera a esfera de influência de Moscou, incluindo a Ucrânia e a Geórgia.
A Ucrânia e seus aliados consideraram essa invasão como uma apropriação de terras no estilo imperial e prometeram repetidamente derrotar as forças russas.
Reportagem adicional de Ron Popeski