O anúncio de que o novo caça russo Su-75 “Checkmate” pode finalmente deixar o chão no começo de 2026 reacende a expectativa sobre a capacidade real da aviação militar da Rússia, que tenta recuperar protagonismo diante do avanço chinês e da pressão tecnológica do Ocidente, ampliando a disputa global por aeronaves furtivas
Por Alves | Sociedade Militar
Uma declaração recente feita por Sergei Bogdan, chefe do departamento de voo do escritório de design Sukhoi, trouxe novo impulso ao programa que há anos desperta curiosidade entre analistas. Segundo ele, o primeiro voo do Su-75 “Checkmate” já possui data estimada, prevista para o início de 2026, indicando que o protótipo encontra-se em fase final de preparação, dentro da oficina da Sukhoi, prestes a iniciar seus testes no ar.
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| O Su-75 “Checkmate” pode voar no início de 2026, marcando avanço russo na disputa global por caças furtivos e reacendendo competição com China e EUA. Imagem: divulgação |
Bogdan afirmou à televisão local: “Acredito que será no início de 2026… o avião já está na oficina, na fase final dos últimos detalhes, e já existem prazos específicos. Então, se Deus quiser, isso deve acontecer muito em breve.” Caso a previsão se confirme, será um avanço marcante para o programa revelado em 2021, primeiro no Salão Aeronáutico MAKS-2021, e posteriormente exibido no Salão Aeronáutico de Dubai, onde apareceu pela primeira vez fora da Rússia.
Apesar disso, tais previsões acabaram não se concretizando — algo comum em programas de caças furtivos, como já ocorreu inclusive nos EUA e na China. No entanto, as informações divulgadas mais recentemente parecem mais consistentes. A informação foi divulgada pela Zona Militar, que relembrou que, em outubro deste ano, o vice-diretor-geral da fábrica aeronáutica de Komsomolsk do Amur, E. Korshikov, confirmou que os protótipos já estavam sendo produzidos, fortalecendo a confiança em um voo inaugural próximo.
Essa unidade fabril é também responsável pela fabricação dos caças Su-35S e Su-57 Felon, grandes apostas da aviação russa nos últimos anos — o que reforça a relevância industrial do anúncio.
Estimativas anteriores já haviam falhado, mas o novo cronograma parece mais sólido
Vale lembrar que não é a primeira vez que a Rússia anuncia estimativas para o tão aguardado voo inaugural do Su-75. Em 2022, Yury Slyusar, então CEO da United Aircraft Corporation (UAC), afirmou durante o MAKS daquele ano que o primeiro voo deveria ocorrer em 2024. Na ocasião, o cronograma original apontava que a aeronave poderia voar em 2025, mas havia confiança de que tecnologias avançadas de computação permitiriam antecipar o desenvolvimento dos protótipos.Apesar disso, tais previsões acabaram não se concretizando — algo comum em programas de caças furtivos, como já ocorreu inclusive nos EUA e na China. No entanto, as informações divulgadas mais recentemente parecem mais consistentes. A informação foi divulgada pela Zona Militar, que relembrou que, em outubro deste ano, o vice-diretor-geral da fábrica aeronáutica de Komsomolsk do Amur, E. Korshikov, confirmou que os protótipos já estavam sendo produzidos, fortalecendo a confiança em um voo inaugural próximo.
Essa unidade fabril é também responsável pela fabricação dos caças Su-35S e Su-57 Felon, grandes apostas da aviação russa nos últimos anos — o que reforça a relevância industrial do anúncio.
Su-75: o retorno da Rússia aos caças monomotores e a promessa de uma variante não tripulada
Ao revisitar as características conhecidas do projeto, um ponto chama atenção: o Su-75 será o primeiro caça monomotor desenvolvido pela Rússia desde o MiG-23 Flogger, rompendo uma tradição de mais de 30 anos de aeronaves bimotor na Força Aeroespacial Russa. Essa escolha visa reduzir custos operacionais, ampliar a capacidade de exportação e competir diretamente com modelos como o F-35 e o chinês J-35.
Além disso, desde as fases iniciais do projeto, a Sukhoi confirmou que o Su-75 contará com uma versão não tripulada, que deverá operar em conjunto com a variante de assento único, seguindo a tendência mundial de integrar aeronaves tripuladas e drones avançados no mesmo ecossistema de combate.
No campo do desempenho, as informações divulgadas apontam para capacidades relevantes:
Além disso, desde as fases iniciais do projeto, a Sukhoi confirmou que o Su-75 contará com uma versão não tripulada, que deverá operar em conjunto com a variante de assento único, seguindo a tendência mundial de integrar aeronaves tripuladas e drones avançados no mesmo ecossistema de combate.
No campo do desempenho, as informações divulgadas apontam para capacidades relevantes:
- Velocidade máxima: Mach 1,8
- Motores: Izdeliye 30 (mesmos do Su-57)
- Alcance operacional: cerca de 3.000 km
- Baias internas para armamentos, complementadas por dois pontos externos sob as asas
- Assinatura de radar reduzida
A aeronave também deverá aproveitar lições do programa Su-57, incluindo melhorias aerodinâmicas, novos sensores, eletrônica embarcada e um pacote furtivo otimizado.
Mesmo com possível avanço em 2026, Rússia enfrenta grandes obstáculos para produzir e exportar o Su-75
Apesar do possível “renascimento” anunciado, o caminho até a produção em série do Su-75 está longe de ser simples. A Rússia enfrenta dificuldades para fabricar em larga escala até mesmo seu único caça furtivo operacional, o Su-57, que tem sido entregue em pequenas quantidades.No mercado internacional, o cenário também é desafiador. Até o momento, a Argélia é o único país que aparece como potencial cliente da plataforma. Ao mesmo tempo, a China avança rapidamente com seu novo caça J-35, que deve equipar navios e bases aéreas estratégicas e já demonstra capacidade competitiva direta com o projeto russo.
Um exemplo claro da vantagem chinesa é o caso do Paquistão, que deverá receber cerca de 40 unidades do J-35 — um sinal inequívoco de que Pequim está mais adiantada na disputa pela exportação de caças furtivos de quinta geração.
Assim, mesmo que o Su-75 finalmente decole no início de 2026, Moscou precisará enfrentar desafios industriais, financeiros e diplomáticos para transformar o Checkmate em um produto viável no competitivo mercado global de defesa.
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