As declarações do presidente colombiano ocorrem em um momento de alta tensão entre Washington e Caracas.
RT
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, denunciou que as recentes mobilizações militares dos EUA próximas à Venezuela estão associadas a interesses econômicos nas riquezas naturais do país sul-americano. Nesse contexto, lançou uma dura advertência sobre as consequências que uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela poderia provocar.
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Gustavo Petro /Gettyimages.ru |
"Os gringos estão enganados se pensam que invadir a Venezuela resolverá seus problemas. Eles estão colocando a Venezuela na mesma situação que a Síria, só que com o problema adicional de que estão arrastando a Colômbia para a mesma situação", declarou na terça-feira (19), durante reunião ministerial na Casa de Nariño, sede do poder Executivo colombiano.
As falas ocorrem em meio à escalada das tensões entre Washington e Caracas, após relatos não oficiais de movimentos militares norte-americanos próximos à costa venezuelana.
"Economia para a morte"
Segundo Petro, esses movimentos estariam associados a interesses econômicos. "Tomar a riqueza do subsolo da Venezuela" equivaleria a "mais economia para a morte, não para a vida", declarou.O mandatário colombiano destacou ainda que uma escalada militar poderia afetar diretamente a estabilidade da América Latina. Nesse contexto, afirmou ter enviado uma mensagem ao presidente dos EUA, Donald Trump, "por meio de seus emissários", na qual advertiu que uma intervenção seria "o pior erro".
Desde a semana passada, circulam informações de que Washington teria mobilizado navios de guerra para a região, oficialmente sob a justificativa de combater o narcotráfico. Em resposta, Caracas anunciou o deslocamento de 4,5 milhões de milicianos em todo o território.
A Casa Branca reforçou a acusação de envolvimento do governo venezuelano com o tráfico. "[O presidente Trump] está preparado para usar todo o poder dos Estados Unidos para interromper o fluxo de drogas para o nosso país", afirmou a porta-voz Karoline Leavitt, sem apresentar provas que sustentem a denúncia.