EFE
O  ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair declarou   nesta  sexta-feira que o Ocidente tem que estar preparado para uma ação    militar contra a ameaça que o Irã representa para a segurança do mundo.
  Durante seu segundo comparecimento diante da comissão que   investiga a  Guerra do Iraque, Blair fez um apelo aos países ocidentais   para que  mudem sua atitude condescendente em relação a Teerã e seu   programa de  enriquecimento de urânio.
  Blair, que é enviado   especial do Quarteto para o Oriente Médio -  formado por Estados Unidos,   Rússia, ONU e União Europeia (UE) -,  argumentou que o Irã continuará   sendo um elemento desestabilizador na  região a menos que o Ocidente tome   alguma medida com "a determinação  necessária".
  "Trata-se de   uma ameaça crescente. Eu passo na região o tempo todo e  vejo o impacto e   a influência do Irã em todas as partes. É negativa,  desestabilizadora,   de apoio a grupos terroristas e o país está fazendo  tudo o que pode para   impedir o avanço do processo (de paz) no Oriente  Médio", declarou.
 "O  Ocidente tem que abandonar sua atitude 'de desculpa' por   acreditar que  somos responsáveis pelo que os iranianos fazem", defendeu   Blair, que  argumentou que o regime iraniano desenvolve um programa de   armas  nucleares porque é "contra o estilo de vida" ocidental.
  Blair mencionou os esforços do presidente dos EUA, Barack Obama, de    estender a mão ao Irã e acusou os iranianos de, como resposta, "seguirem    com o terrorismo, com a desestabilização e com seu programa de armas    nucleares".
 "Em algum momento teremos que tirar a cabeça da terra e entender que (os iranianos) vão continuar com isso", afirmou.
 O  ex-primeiro-ministro do Reino Unido, um dos principais defensores   da  invasão do Iraque em 2003, rejeitou a ideia de que a operação para    derrubar Saddam Hussein tenha fortalecido a influência iraniana no país e    disse que o que fracassou foi a política do Ocidente do anos 1980,  que   apoiou o então ditador iraquiano como forma de frear o Irã  islâmico.
 "A  resposta ao Irã não é Saddam. Essa foi a política de 1980 e tudo o   que  fizemos foi criar um monstro que não pudemos controlar", concluiu.
 Há  um ano, em seu anterior depoimento na comissão, Blair já havia    declarado que achava as políticas do Irã mais preocupantes do que as do    Iraque, devido ao suposto risco de que Teerã forneça armas de  destruição   em massa a grupos terroristas. 
