RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO - FOLHA DE SP
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 A Justiça Federal deu ao companheiro homossexual de um capitão do Exército morto em 1999 o direito a parte da pensão do militar. 
 O bancário aposentado José Américo Grippi, 66, de Juiz de Fora (MG),  terá direito ao benefício do militar Darci Teixeira Dutra. Eles viveram  em união estável por 35 anos, disse a defesa de Grippi. 
 O aposentado fez o pedido em 2008, solicitando o direito a 50% da pensão  que antes era dividida entre duas irmãs solteiras do capitão.
 Segundo a sentença do juiz Renato Grizzoti Júnior, da 2ª Vara Federal de  Juiz de Fora, Grippi mudou de ideia e propôs dividir o valor igualmente  entre os três, o que foi aceito pelas irmãs do morto. 
 A União aceitou o acordo com a condição de que não houvesse aumento de despesas para os cofres públicos. 
 A 2ª Vara Federal informou que todas as partes abriram mão do direito de recorrer da decisão. 
 De acordo com Julimar Pironi, advogada de Grippi, o aposentado pediu a  pensão motivado por uma decisão judicial anterior, que lhe deu direito a  metade do patrimônio do militar. A defensora contou que os dois moravam  juntos e tinham sítio, apartamento, casa e carros. 
 Eles começaram a namorar quando Grippi tinha cerca de 20 anos. Dutra era dez anos mais velho. 
 "Tenho certeza de que isso é uma porta aberta para as pessoas que querem pleitear esse direito", disse Pironi. 
