Pro-russos perderam 70% do território

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Bolsa de Donetsk-Luhansk quase cercada


Área Militar

Em meio à campanha de propaganda em que está mergulhado o conflito na Ucrânia oriental, entre grupos de separatistas pro-russos apoiados pelo Kremlin e o governo da Ucrânia, nos últimos dias o avanço das forças governamentais tem sido muito consideravel. Os grupos apoiados pelo Kremlin perderam 70km quadrados de cada 100km quadrados que controlavam há um mês e meio.

Em 20 de Maio de 2014, quando as forças da auto-proclamada republica popular de Donetsk e Luhansk se preparavam para declarar a independência da região da Novorossya, controlavam grandes porções das duas regiões administrativas.

No mapa que se mostra de seguida, pode-se verificar que as forças rebeldes, fortemente apoiadas pelo Kremlin, tinham sob o seu controlo absoluto uma área estimada em cerca de 55% do território, com mais 25% do território contestado. Apenas 20% do território das duas regiões separatistas era controlado pelas tropas do governo, e mesmo assim, como se veio a verificar mais tarde, esse controlo era apenas formal, como se confirmou em Sverdlovsk, que ficou isolada do resto das forças ucranianas.



A situação no terreno em Maio. A tracejado castanho estão as regiões contestadas em que nenhum dos lados controla completamente a situação, ou em que o controlo muda de lado com frequência.

Duas regiões estavam completamente isoladas do resto da Ucrânia, a bolsa de Milovoiye, encostada à cidade russa de Chertkovo e a bolsa de Sverdlovsk.

Em 25 de Maio ocorrem as eleições ucranianas. A situação desde Maio manteve-se num limbo, com pequenas alterações, como a tomada pelos rebeldes da fronteira próxima à cidade de Sverdlovsk em 3 de Junho.

O abandono de Sverdlovsk, que foi agitado pela imprensa russa como confirmação de que a Ucrânia não lutaria contra os separatistas, acabou por ser enganador.

Com a retirada de Sverdlovsk, durante a primeira metade do mês de Junho a situação parecia favorável aos rebeldes, embora se tivesse tornado claro que a Rússia não iria agir diretamente como tinha acontecido durante a ocupação de Crimeia.

Contra-ataque

No entanto, em 12 de Junho, as tropas governamentais voltam a controlar a cidade portuária de Mariopol, cortando o acesso dos separatistas ao Mar de Azov. Uma proposta de tréguas por parte do governo da Ucrânia dá às forças governamentais tempo para reorganização.

A partir de 3 de Julho, ocorre uma ofensiva clara por parte das tropas do governo contra as cidades vizinhas de Kramatorsk e Sloviansk. Surpreendidos com o ataque os separatistas fogem no dia 5 de Julho em completa desorganização deixando grandes quantidades de material de guerra russo pelo caminho.

A 7 de Julho os rebeldes recuam para a cidade de Donetsk e começam a rebentar pontes para impedir o avanço das tropas governamentais. Ao mesmo tempo, emitem apelos desesperados para que os russos ajudem a «Novorossya», afirmando que se a Rússia não ajudar, Kiev ganhará a guerra.

No dia 11 de Julho forças russas são atacadas com artilharia a foguete de sistemas BM-21. Tiros de resposta atingem território russo e a Rússia ameaça com consequências irreversíveis, caso os combates cheguem a território russo. Na noite de 12 para 13 de Julho, há relatos de que chegou a haver confrontos entre tropas russas e ucranianas, quando uma coluna de 200 veículos foi detida pelo exército ucrâniano.

Chegados a meados de Julho, a situação alterou-se significativamente. As forças rebeldes e os terroristas russos, controlam já pouco mais de 20% do território das duas regiões ucranianas. A sua zona de influência é constituída por uma bolsa que o exército ucraniano se tem esforçado por conter, de forma a separar os territórios rebeldes da fronteira com a Rússia.


A situação atual no terreno, mostra avanços consideráveis. De notar a tentativa de estabelecer o isolamento das tropas rebeldes.
As cidades de Snizhne e Zelenopilia foi onde ocorreram contra-ataques alegadamente por parte de forças em território russo.

Combates futuros

É previsível que os combates futuros venham a ocorrer junto às regiões de fronteira e não nas cidades de Donetsk e Luhansk.

Em primeiro lugar, combates nas cidades podem resultar e massacres entre a população civil e o governo ucrâniano não deverá levar a cabo nenhuma operação sem primeiro tentar garantir uma evacuação.

Como é normal nestes casos, os sitiados não aceitam retirar os civis. Para os movimentos rebeldes, que nada têm a perder, qualquer massacre seria positivo pois poderia influenciar a opinião pública russa.

Em segundo lugar porque, o exército ucraniano pretenderá cortar o acesso dos rebeldes à Rússia e a melhor forma de o fazer é estabelecer um controlo apertado das fronteiras.

Ainda que não seja possível vedar completamente a fronteira, esta só será permeável por pequenos grupos, não sendo possível transportar armas pesadas em quantidades que possam ter significado em termos militares.

Como resultado disto, ao garantir o isolamento dos rebeldes, estes terão pouco mais hipóteses que não seja recorrer a atentados terroristas.

Por isso, é de esperar uma fortíssima resposta por parte dos rebeldes e terroristas apoiados pelo Kremlin, para evitar o cerco e a aniquilação.


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