Fuga de terroristas de Cabo Delgado gera "alerta máximo" na Tanzânia e no Quénia

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Ofensiva militar em Cabo Delgado estaria a provocar retorno de terroristas para Tanzânia e Quénia. Serviços de inteligência desses países estão em alerta devido a ataques alegadamente vinculados a terroristas em fuga.

Deutsh Welle


O comissário de Operações e Formação da Polícia da Tanzânia, Liberatus Sabas, não exclui a possibilidade de o ataque terrorista da semana passada em Dar es Salaam estar ligado às operações militares em Cabo Delgado. A informação foi publicada pelo jornal queniano The East Africa no sábado (28.08). Sabas acrescentou, no entanto, que o motivo do ataque continua desconhecido.

© Marc Hoogsteyns/AP/picture alliance

O alegado retorno de suspeitos de terrorismo em fuga de Cabo Delgado tanto à Tanzânia como ao Quénia provocou "alerta máximo” nas agências de inteligência destes dois países, segundo o jornal.

Na semana passada, o Quénia e a Tanzânia registaram incidentes ligados ao terrorismo. Na quarta-feira, Hamza Hassan Mohamed, de 29 anos, matou quatro pessoas e feriu outras seis na cidade mais populosa da Tanzânia. O atirador foi morto pela polícia.

Dois dias antes, a polícia queniana em Mombaça prendeu dois suspeitos de terrorismo - um dos quais é tanzaniano. Foram apreendidos dois fuzis AK-47 e explosivos. Eles estaria a planear um ataque no aniversário da morte do clérigo muçulmano radical Sheikh Aboud Rogo, morto em 2012 em Mombaça.


Quenianos em Cabo Delgado

Segundo a reportagem do The East African, assinada pelo jornalista, Allan Olingo, cúmplices dos dois suspeitos detidos em Mombaça - que ainda se encontram em liberdade - tinham estado recentemente em Moçambique e na República Democrática do Congo.

O norte de Moçambique está a ser visto como o mais recente santuário para terroristas do Quénia, Tanzânia, Uganda, Somália, Iémen, República Democrática do Congo e Ruanda.

O texto lembra que, em março, relatórios dos serviços secretos quenianos assinalaram vários cidadãos, especialmente da região da costa do Quénia, como tendo entrado nas fileiras dos insurrectos moçambicanos.

Os relatórios indicavam que vários jovens que tinham sido radicalizados pelo falecido clérigo Aboud Rogo se encontravam entre os combatentes que foram para o norte de Moçambique. Alguns dos jovens terão fugido para Moçambique após a morte de Rogo.

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