Marinha do Brasil e Armada da Argentina realizam fase marítima da Operação “Fraterno XXXVII”

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Navios e aeronaves das duas Forças realizaram “manobras táticas” em Águas Jurisdicionais Argentinas


Por Capitão-Tenente (RM2-T) Luciana Almeida | Agência Marinha de Notícias

Na manhã deste domingo (18), as Águas Jurisdicionais Argentinas foram o cenário de diversas manobras táticas realizadas por navios de guerra e aeronaves da Marinha do Brasil (MB) e da Armada da República da Argentina (ARA). Os exercícios fazem parte da fase marítima da Operação “Fraterno XXXVII”, que teve início no sábado (17).

Visão noturna do tiro disparado da Fragata “Liberal”

Os meios navais das Forças treinaram a aproximação entre si e a manutenção de suas posições, enquanto navegavam. Essas ações visam aprimorar o treinamento dos navios, permitindo a sua preparação para o estabelecimento de dispositivos que incrementem a capacidade de defesa ou ataque no mar, viabilizando o controle de áreas marítimas e a proteção do tráfego marítimo e das infraestruturas críticas do poder marítimo no Atlântico Sul.

Pela MB, participaram a Fragata “Liberal”, com aeronave AH-11B “Super Lynx” embarcada; e pela ARA, o Navio-Patrulha “Almirante Storni”, as Corvetas classe Meko 140 “Espora” e “Rosales”, os Contratorpedeiros classe Meko 360 “La Argentina” e “Sarandi” e a aeronave AS-555 “Fennec”.

Exercício de tiro antiaéreo

Os navios realizaram ainda o exercício de tiro antiaéreo, em que utilizaram seus sistemas de armas contra um alvo aéreo simulado, representado por uma granada iluminativa. O propósito foi promover o máximo grau de reação, observando o cumprimento das instruções de segurança, desde a detecção do alvo até o emprego dos armamentos.

A 37ª edição da Operação “FRATERNO” tem o objetivo de contribuir para o incremento do nível de adestramento dos meios da Esquadra brasileira e da Armada Argentina, além de promover a cooperação e o estreitamento de laços de amizade entre essas Forças. Ela amplia, ainda, as ações de presença naval em apoio às ações de diplomacia e intensifica as medidas de fomento da confiança mútua e de segurança internacional.

Até agora, os militares brasileiros e argentinos já realizaram diferentes atividades no mar, que consistiram no emprego dos navios em formaturas distintas; diversos exercícios simulando guerra antissubmarina nos mais variados níveis de complexidade, com participação do Submarino “Tikuna” da MB; além de adestramentos de trânsito sob ameaça aérea, em que as aeronaves simularam ataques aos navios.

O Grupo-Tarefa brasileiro da Operação “Fraterno” é comandado pelo Contra-Almirante Nelson de Oliveira Leite, Comandante da 1ª Divisão da Esquadra. O Almirante afirma que operações como essa reforçam a continuidade de uma parceria que transcende fronteiras e demonstra a força da união dos países envolvidos. “Ao longo desses anos, nossas Marinhas têm trabalhado lado a lado, enfrentando desafios e superando obstáculos, sempre com o objetivo de garantir a paz e a estabilidade em nossas áreas marítimas”, destacou.

Intercâmbio de militares

Durante a comissão, os navios de ambos os países promoveram intercâmbio por meio da troca de Oficiais de ligação. O Capitão de Corveta Nicolás Suarez, da Armada Argentina, embarcou na Fragata “Liberal”, com apoio de aeronave argentina que pousou no navio brasileiro, e o Capitão-Tenente Juliano Morales, da Marinha do Brasil, embarcou no Contratorpedeiro “Sarandí”.
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“O intercâmbio me enriqueceu, pessoal e profissionalmente, porque pude constatar que, apesar de algumas pequenas diferenças de procedimentos e doutrinas, temos muitos pontos em comum”, afirmou o Tenente Juliano Morales.

Para o Comandante argentino Nicolás Suárez, que nunca havia embarcado em navio da MB, a experiência foi enriquecedora. “Pude participar de operações, agora de outro ângulo, participei de reuniões de preparação, da rotina dos militares brasileiros e vi muitas coisas comuns entre nossas formas de operar. Foi uma honra para mim”, destacou.

Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS)

Realizada há mais de 45 anos, a Operação “Fraterno” contribui para o incremento da interoperabilidade dos meios da Esquadra brasileira e argentina, bem como reforça o bom relacionamento entre essas Marinhas.

“A Operação FRATERNO é uma iniciativa concreta que nos permite dar um passo firme para alcançarmos o objetivo de manter a paz e a segurança na região do Atlântico Sul, conforme proposto pela iniciativa da ZOPACAS, chamando a atenção das nossas nações para a importância do Atlântico Sul, uma região geográfica de grande relevância para nós”, concluiu o Almirante Nelson Leite.

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