Ucrânia: "Temos de determinar em breve se [paz] é viável"

Em Paris, Secretário de Estado norte-americano avisa que EUA podem abandonar esforços para a paz [na Ucrânia] se não houver progresso nos próximos dias. Macron anunciou uma nova reunião em Londres na próxima semana.


Deutsch Welle

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, avisou, esta sexta-feira (18.04), que os Estados Unidos podem abandonar os esforços para um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia se não houver progresso nos próximos dias.

Presidente francês com secretário de Estado norte-americano, em Paris © Ludovic Marin/Pool AFP/AP/dpa

"Temos de determinar nos próximos dias se [a paz] é viável ou não" e, "se não for possível, temos de passar a outra coisa" porque "os Estados Unidos têm outras prioridades", afirmou Marco Rubio aos jornalistas junto do seu avião no aeroporto de Le Bourget, em Paris.

As declarações do Marco Rubio aconteceram um dia depois do encontro em Paris entre diplomatas norte-americanos e enviados britânicos, alemães e ucranianos, marcado por conversações sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

Reino Unido, França e Alemanha "podem ajudar"

"Penso que o Reino Unido, a França e a Alemanha podem ajudar-nos, fazer avançar as coisas e aproximar-nos de uma resolução. Considero que as suas ideias são muito úteis e construtivas", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana, durante as conversações do dia anterior com os aliados de Kiev, em Paris.

"À margem, estaremos prontos para ajudar quando estiverem prontos para a paz, mas não vamos continuar este esforço durante semanas e meses", avisou, lembrando que esta guerra, desencadeada em fevereiro de 2022 pela invasão da Ucrânia pela Rússia, "está a ter lugar no continente europeu".

Desde que tomou posse, em janeiro, o Presidente norte-americano fez uma aproximação a Vladimir Putin e diz estar a tentar obter um cessar-fogo rápido na Ucrânia, mas as negociações estão, até agora, num impasse.

Nova reunião em Londres

França anunciou entretanto uma nova reunião entre norte-americanos, ucranianos, franceses, britânicos e alemães na próxima semana em Londres, após uma "excelente troca de impressões" sobre a Ucrânia, num formato "sem precedentes", em Paris.

"Pusemos em marcha um processo que é positivo e no qual os europeus estão envolvidos", afirmou a presidência francesa, no final de uma série de reuniões que envolveram o Presidente francês, Emmanuel Macron, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e Steve Witkoff, enviado especial do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Segundo o Eliseu, o encontro entre enviados destes cinco países "permitiu convergir" no objetivo de uma "paz sólida" entre Kiev e Moscovo, numa altura em que os europeus receiam, há semanas, ser postos de lado nas negociações de cessar-fogo entre os Estados Unidos e a Rússia.

Durante o encontro, os líderes ucranianos e europeus sublinharam o "apoio comum" ao "objetivo do Presidente Trump de pôr rapidamente fim à guerra na Ucrânia" e à "necessidade de um cessar-fogo completo o mais rapidamente possível", disse um conselheiro de Macron.

"Há um desejo de trabalhar em estreita colaboração com os nossos parceiros ucranianos e os nossos parceiros americanos, para que a paz que terá de ser negociada entre a Ucrânia e a Rússia beneficie obviamente a Ucrânia e também a segurança de todos na Europa", acrescentou.

A presença de Rubio e Witkoff demonstrou "a importância que atribuem" ao "papel dos europeus", avançou a presidência francesa, salientando que Witkoff vai estar na reunião de enviados destes cinco países em Londres.

Acordo sobre minerais

Esta quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos anunciou que o acordo sobre minerais será assinado em breve.

"Temos um acordo sobre os minerais que penso que será assinado na quinta-feira (...), na próxima quinta-feira. Em breve. E presumo que eles [os ucranianos] vão respeitar o acordo. Veremos. Mas temos um acordo sobre essa matéria", declarou Donald Trump aos jornalistas na sala oval da Casa Branca, ao lado da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Tal acordo foi exigido com insistência por Trump para compensar os Estados Unidos pela ajuda militar já fornecida à Ucrânia para combater a invasão russa.

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