Irã responde a ataques de Israel e atinge centro do Mossad (VIDEO)

Forças de Defesa de Israel anunciam morte de Ali Shadmani, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas


Tatiana Carlotti | Opera Mundi

Os ataques entre Irã e Israel continuaram na madrugada desta terça-feira (17/06), com novos bombardeios e lançamento de mísseis dos dois lados. Esta é a quinta madrugada consecutiva de confrontos diretos desde que Israel realizou o primeiro ataque, na sexta-feira (13/06), contra instalações militares e nucleares no território iraniano.

Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC) informou ataque com mísseis contra um centro do Mossad, em Tel Aviv | Reprodução / Tasnim New Agency

O Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC) informou um ataque bem-sucedido com mísseis contra um centro do Mossad em Tel Aviv, que também abrigaria a diretoria de inteligência militar de Israel (AMAN), na madrugada desta terça-feira (17/06). Segundo o comunicado, mesmo com a proteção de sofisticados sistemas de defesa aérea, as instalações foram atingidas e estão em chamas.

As Forças de Defesa de Israel (FDI), por sua vez, informaram que caças israelenses destruíram “dezenas de instalações de armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra, bem como lançadores de mísseis terra-ar” no oeste do Irã.

Tel Aviv também confirmou a morte de Ali Shadmani, identificado como o novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã. Shadmani havia assumido o posto após a morte de Gholamali Rashid, assassinado na semana passada.

Complexo midiático

Na noite desta segunda-feira (16/06), Israel bombardeou a sede da emissora estatal iraniana, a IRIB (Islamic Republic of Iran Broadcasting), em Teerã. O ataque ocorreu enquanto a jornalista Sahar Emami estava no ar e causou uma destruição significativa no prédio, interrompendo transmissões locais por horas.

Um funcionário da IRIB, Masoumeh Azimi, não resistiu aos ferimentos causados pela onda de choque da explosão, segundo a Press TV iraniana. A mesma fonte informou que vários outros jornalistas também ficaram feridos.

Ao menos quatro mísseis atingiram o complexo midiático em Teerã, que abrigava redações, canais de televisão e uma produtora de desenhos infantis. Especialistas em direito internacional criticaram duramente o ataque, destacando que jornalistas e instalações de mídia são protegidos pelas Convenções de Genebra e que atingi-los deliberadamente constitui crime de guerra.

As autoridades iranianas classificaram o bombardeio como uma tentativa de “silenciar o país perante a comunidade internacional”, enquanto Israel alegou que a emissora era utilizada para “operações de guerra cibernética e disseminação de propaganda militar”.

Resposta iraniana

A resposta do Irã veio na forma de múltiplos lançamentos de mísseis contra território israelense durante a madrugada. Alertas foram emitidos para que a população buscasse abrigo após a detecção de novas ondas de projéteis. Sirenes de ataque aéreo soaram em Tel Aviv, Jerusalém e Herzliya, onde um prédio foi atingido e um estacionamento de ônibus destruído.

Houve relatos de explosões na região central de Israel e de impactos diretos na área metropolitana de Gush Dan, nos arredores de Tel Aviv. Segundo os bombeiros, um dos mísseis causou um incêndio na região, mas não há registro de vítimas fatais.

Diante do agravamento do conflito na região, a Índia emitiu um alerta para que seus cidadãos deixem imediatamente Teerã. “O governo aconselha os residentes que dispõem de transporte próprio a deixarem a cidade, diante da evolução da situação”, informou a chancelaria indiana em nota. Dados oficiais de 2024 apontam que cerca de 10 mil cidadãos indianos vivem atualmente no Irã.

Estudantes já começaram a deixar Teerã, alguns atravessando a fronteira com a Armênia, localizada a centenas de quilômetros ao noroeste da capital iraniana. O alerta indiano foi emitido após declarações de Donald Trump, que, de forma enfática, pediu que “todos” deixassem imediatamente Teerã. A capital iraniana tem cerca de 10 milhões de habitantes.

Nações como os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França também emitiram recomendações semelhantes para seus cidadãos tanto no Irã quanto em Israel.

Crise no G7

A crise também gerou tensão diplomática durante a cúpula do G7, no Canadá. Trump desmentiu publicamente o presidente francês Emmanuel Macron, que havia afirmado que o líder norte-americano deixou antecipadamente o encontro para negociar um cessar-fogo entre Irã e Israel. “Errado!”, rebateu Trump nas redes sociais, acrescentando que o motivo de sua saída era “muito maior do que isso”, sem fornecer detalhes.

Na mesma publicação, ele atacou Macron, dizendo que o francês “não tem ideia do que está acontecendo” e que “sempre erra, propositalmente ou não”. Disse ainda que não havia entrado em contato com o Irã para negociações de paz, acrescentando que o país “deveria ter aceitado o acordo que estava na mesa”.

Nesta manhã, Trump reiterou: “não estou procurando um cessar-fogo, estamos olhando melhor do que um cessar-fogo”, afirmou aos repórteres, mencionando querer “a desistência completa” do Irã.

Porta-vozes do Departamento de Defesa dos Estados Unidos também negaram relatos circulando nas redes sociais de que o país teria se juntado aos ataques contra o Irã. “Isso não é verdade”, respondeu o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em publicação no X.

Com The Guardian, Al Jazeera e Tasnim New Agency.

Irã ataca prédio de inteligência israelense do Mossad em ataque de mísseis balísticos @BRICSinfo
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