O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na manhã desta quinta-feira (19) que o Irã não procurou apoio militar do Kremlin até então, apesar da escalada com Israel, ao minimizar prospectos imediatos de uma coalizão armada Teerã—Moscou.
Monitor do Oriente Médio
“O Irã não está nos procurando por assistência militar”, insistiu Putin durante encontro com executivos internacionais de imprensa em São Petersburgo. “Mesmo quando nós sugerimos colaborar com sistemas de defesa aérea, no passado, pouco interesse houve do lado iraniano”.
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Jornais noticiam ataques israelenses ao Irã, em Teerã, 16 de junho de 2025 [Fatemeh Bahram/Agência Anadolu] |
Putin destacou que buscar caminhos para cessar as hostilidades em curso é o “correto para todo mundo”.
“Seria melhor para todos olhar caminhos para dar fim às hostilidades e para que todas as partes neste conflito cheguem a um acordo para garantir tanto os interesses do Irã, por um lado, em seu desenvolvimento nuclear, quando de Israel, por outro, no que se diz respeito a sua segurança incondicional”, alegou Putin.
Para o presidente russo, há opções sobre a mesa, apresentadas a países-parceiros.
Putin confirmou, porém, que Rússia e Irã assinaram um contrato de construção de duas novas unidades na usina nuclear de Bushehr. “Obras já começaram, especialistas estão em campo — mais de 200 pessoas. Já concordamos com a liderança israelense que sua segurança será garantida”.
Rússia e Irã são parceiros há décadas, incluindo parcerias diplomáticas e militares, bem como cooperação energética em um contexto de sanções ocidentais.
Putin assumiu um tom conciliatório, contraposto a ameaças e declarações ambíguas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, maior líder aliado da parte israelense — próximo, no entanto, ao governante russo.
Tensões regionais escalaram na última semana, após o exército israelense atacar áreas civis, militares e nucleares no Irã, com 585 mortos e 1.300 feridos desde então.
Teerã respondeu com diversas baterias de mísseis, que romperam a defesa israelense. Ao menos 24 colonos foram mortos, além de centenas de feridos.
As informações são da agência de notícias Anadolu.