Omar Aziz (PSD-AM) condena plano de Israel e afirma ainda se espantar com conivência mundial
Thaísa Oliveira | Folha de S.Paulo
Brasília - Filho de pai palestino, o senador Omar Aziz (PSD-AM) afirma que a existência do grupo terrorista Hamas não justifica o extermínio de uma população inteira e diz que ainda se espanta com a conivência do mundo diante das ações do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu.
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Senador Omar Aziz durante votação do arcabouço fiscal, em 2023 - Pedro Ladeira/Pedro Ladeira-21.jun.2023/Folhapress |
"Nada que o Hamas fez é de aplaudir. O Hamas é um grupo terrorista, mas você não pode exterminar uma população toda por causa de um grupo terrorista", afirma.
"Ele diz: 'Eu vou ocupar e acabou. Tenho poderio e acabou'. E o mundo ainda cruza os braços, ainda manda armamento toda hora. Eles não se penalizam com criança morrendo de fome em pleno século XXI."
O premiê de Israel organizou uma entrevista coletiva neste domingo (10) para defender a expansão da guerra e a ocupação da Cidade de Gaza. "Dada a recusa do Hamas de abaixar as armas, Israel não tem outra alternativa a não ser terminar o trabalho e derrotar o Hamas", disse.
O anúncio dos planos de ocupar o território chocou ativistas e organizações de direitos humanos que apontam para violações em série ao longo dos 22 meses de guerra. A medida prevê o deslocamento forçado de milhares de palestinos até 7 de outubro.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou neste domingo que mais cinco pessoas morreram de fome no território, elevando o número de mortos por desnutrição desde o início da guerra a 217, incluindo 100 crianças.
Aziz também critica o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado de Israel. "Por causa de uma pessoa aqui, o Trump sanciona o Brasil, taxa o Brasil em 50%", afirma, em referência à decisão de Trump de sobretaxar os produtos importados brasileiros para pressionar o Judiciário e o governo federal diante da iminente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Enquanto isso, ele [Trump] está lá de braço cruzado, vendo o povo sendo massacrado, humilhado e extinto. Então é esse o mundo em que nós estamos vivendo", diz.