A embaixada russa afirmou que "a União Europeia, não a Rússia, está patrocinando cidadãos moldavos para espalhar notícias falsas antes das eleições"
TASS
LONDRES - A mídia ocidental está promovendo infundadamente uma narrativa de interferência russa nas eleições da Moldávia, disse a embaixada russa em Londres em um comunicado após a divulgação de uma investigação da BBC sobre as supostas atividades maliciosas de Moscou.
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© Ilya Dmitryachev/TASS |
"Desde 2020, quando as chamadas forças pró-europeias chegaram ao poder na República da Moldávia, suas políticas levaram a sérios problemas econômicos. A insatisfação pública com as políticas do governo está cada vez mais à vista. Isso ficou evidente, em particular, nas eleições presidenciais de 2024 e no referendo sobre a adesão do país à União Europeia. Em vez de admitir seus próprios erros e ouvir a opinião pública, os líderes em Chisinau, encorajados pelo apoio de patronos ocidentais, decidiram fazer lavagem cerebral nos cidadãos com retórica sobre uma suposta "ameaça russa". Enquanto isso, eles atribuem problemas internos à interferência externa", diz.
"Os principais meios de comunicação ocidentais estão participando ansiosamente da promoção dessa narrativa. Em particular, a BBC publicou recentemente uma investigação sobre atividades russas supostamente "maliciosas" na Moldávia. Seus autores entraram em contato com a embaixada para comentar e preparamos respostas detalhadas e baseadas em fatos às acusações. No entanto, essas respostas não foram refletidas no relatório final", diz o comunicado.
A embaixada russa afirmou que "a União Europeia, não a Rússia, está patrocinando cidadãos moldavos para espalhar notícias falsas antes das eleições".
"Em 11 de março deste ano, o Parlamento Europeu anunciou a alocação de 1,9 bilhão de euros para Chisinau como parte do Plano de Reforma e Crescimento Econômico da Moldávia para 2025-2027. Estes fundos são utilizados, entre outras coisas, para pagamentos e compensações a vários segmentos de cidadãos moldavos imediatamente antes das eleições legislativas. Os cientistas políticos chamam isso de corrupção eleitoral", disse a embaixada.
"Conselheiros ocidentais e moldavos de ONGs ocidentais trabalham em todos os ministérios e agências da Moldávia. Políticos e autoridades europeias têm feito visitas em massa a Chisinau (mais de 50 desde o início deste ano), fazendo campanha abertamente pela "escolha europeia" da Moldávia. Os países ocidentais estão impondo sanções contra figuras da oposição", observou a embaixada russa. "Desde 2022, a transmissão de 18 canais de televisão em língua russa e mais de 60 recursos online foi suspensa na Moldávia, e o acesso aos canais de mídia social e plataformas online dos políticos da oposição foi restrito. A mídia pró-Ocidente opera na Moldávia sem restrições."
Rumo ao abandono da neutralidade
A embaixada russa acrescentou que Moscou "respeita o status de neutralidade consagrado na Constituição da Moldávia", mas "a liderança moldava e seus patrocinadores europeus estão fazendo o possível para anulá-la". Até 2030, o orçamento militar da Moldávia deve aumentar para 1% do PIB. Em 2024, houve mais de 30 exercícios conjuntos entre a Moldávia e os países membros da OTAN. Informações sobre militares moldavos na Ucrânia estão aparecendo cada vez mais na mídia", diz o comunicado.A embaixada rejeitou como infundadas as alegações de que "os bancos russos estão financiando campanhas de desinformação na Moldávia".
"Nenhuma instituição financeira russa está representada na Moldávia", enfatizou a embaixada.