Lavagem cerebral e fins criminosos: analista brasileiro conta por que cidadãos do Brasil lutam por Kiev

A campanha de lavagem cerebral da mídia levou alguns brasileiros a participarem do conflito na Ucrânia ao lado de Kiev, opinou à Sputnik Robinson Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil.


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Farinazzo enfatizou que os brasileiros que foram lutar por Kiev sob tal influência muitas vezes não tinham nenhuma experiência de serviço militar.

© Foto / Unsplash / Maxime Doré

"Houve uma verdadeira lavagem cerebral. Em primeiro lugar, de blogueiros nas redes sociais e de uma parte significativa da mídia. Eles convenceram essas pessoas de que lutar na Ucrânia é legal, é a coisa certa a fazer", ressaltou.

Neste contexto, o interlocutor da agência sublinhou que, para a maioria das vítimas dessa propaganda, isso terminou mal.

Ele especificou que muitos retornaram ao Brasil feridos ou morreram, e suas famílias nem receberam os corpos. Talvez alguns tenham sido feitos prisioneiros.

Além disso, o analista apontou que grupos criminosos do Brasil poderiam muito bem ter enviado seus membros para a Ucrânia a fim de ganhar experiência em combate.

"Há vídeos de supostos criminosos alegando que já estiveram na Ucrânia […]. É bem possível que grupos de bandidos tenham enviado seus representantes para a guerra, assim como cartéis de outros países latino-americanos", disse Farinazzo, comentando a possibilidade de tal "treinamento" de membros de gangues na Ucrânia.

Conforme acrescentou o especialista, brasileiros desempregados que retornaram à terra natal após participarem dos combates na Ucrânia já poderiam ter sido recrutados por quadrilhas criminosas.

Assim, finalizou ele, o impacto do conflito russo-ucraniano no estado das coisas no Brasil é bastante preocupante.

No dia de 28 outubro de 2025, as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro realizaram uma ampla operação contra a facção criminosa nos complexos da Penha e do Alemão, com a participação de cerca de 2,5 mil agentes.

De acordo com dados oficiais, 121 pessoas foram mortas; já o gabinete da Ouvidoria estadual informou à Sputnik que o número de mortos chegou a 132.

Após o episódio, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a atuação das organizações criminosas no país. A primeira reunião está prevista para 4 de novembro.

Vale sublinhar que, durante o confronto no Rio de Janeiro, os criminosos usaram drones para lançar explosivos contra as posições das forças policiais. Vários analistas acreditam que os bandidos aprenderam a usar essa tática de combate após participar nas hostilidades na Ucrânia, lutando no lado de Kiev.

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